Saúde mental em meio a um cenário de crises
A pandemia da Covid-19 ampliou de forma quase imediata a crescente de problemas de saúde psiquiátricos e psicológicos na população.
O impacto iniciado em março de 2020 pela Covid-19 foi muito além das duas semanas de isolamento que se imaginou inicialmente. Com mais de dois anos e meio do vírus se espalhando, ainda que de forma menos fatal após o fortalecimento da vacinação, e quase 700 mil mortos no país, a Covid-19 também foi catalisadora de uma grande crise econômica e do aumento de casos ligados à saúde mental na população brasileira.
Um exemplo de termo que passou a ser mais discutido nos últimos anos é a chamada Síndrome de Burnout. Entrando na 11ª versão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11) da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2022, a síndrome, que até então era considerada uma disfunção na saúde mental e um quadro psiquiátrico, foi oficialmente classificada como estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso.
Com a nova classificação, o burnout passa a ser oficialmente um problema diretamente ligado ao ambiente de trabalho e, conforme estipulado pelo Ministério do Trabalho e Previdência, caso o trabalhador reconheça os sintomas e procure um médico, pode ser afastado por até 15 dias, custeados pela empresa. Se esse período for ultrapassado, o trabalhador pode solicitar o benefício por incapacidade temporária e é submetido a uma perícia do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
De acordo com o Ministério da Saúde, alguns dos principais sintomas da síndrome são cansaço excessivo, físico e mental, dor de cabeça frequente, insônia, dificuldades de concentração, sentimentos de fracasso e insegurança, entre outros. Além disso, segundo dados de 2019 (pré-pandemia) do International Stress Management Association (ISMA), o Brasil é o segundo país com o maior número de trabalhadores afetados, com 33 milhões de pessoas registradas.
Ansiedade e depressão presentes
Assim como o crescimento do burnout, o número de casos de pessoas com depressão ou ansiedade também foram alavancados nos últimos anos de pandemia. A OMS divulgou no início de 2022 que houve um aumento de 25% nos casos de ansiedade e depressão no planeta durante a crise mundial. Desses casos, jovens e mulheres foram as parcelas da população mais atingidas.
O Brasil registra números consideráveis desde antes da Covid-19. No levantamento divulgado pela Organização em 2019, o país já era o mais ansioso do mundo, com 18,6 milhões de pessoas enfrentando a doença. A estimativa da entidade é que o número tenha saltado para 23,2 milhões de habitantes afetados depois da pandemia. Em relação à depressão, os números também são altos, com 12 milhões de atingidos no mesmo período, sendo o segundo maior país em todo o continente americano em número de casos.
Os dados registrados são apenas mais uma comprovação da necessidade de se discutir a saúde mental em âmbitos sociais mas, também, no próprio ambiente profissional. Apesar do burnout ser o problema comprovadamente associado ao trabalho, os outros tipos de questões emocionais também podem estar relacionados e, mesmo que não sejam ligados a isso, afetam de forma significativa os trabalhadores.
Para buscar ajuda
Em caso de necessidade, buscar ajuda é sempre a melhor opção, e o Sistema Único de Saúde apresenta opções de fácil acesso. Nas Unidades Básicas de Saúde é possível pedir acompanhamento psicológico em casos leves e moderados e, em casos mais severos, o paciente é direcionado para centros especializados, como o Centro De Atenção Psicossocial (CAPS) ou um hospital de referência, que podem ser acessados diretamente.
Outra ferramenta de grande é auxílio é o Centro de Valorização da Vida (CVV), que presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e de prevenção ao suicídio, atendendo 24 horas por dia. Para ter acesso é só acessar o site (cvv.org.br) ou ligar para o número 188.
Crédito: ©iStock.com/LeonidasSantana
Mais Blog
Marcas x Mídia
Revista Agas: condições especiais para pacotes de anúncios
Adaptações ou vandalismos
Que pena seria se o mundo não mudasse
Livros infantis que viraram ótimos filmes
Recursos Humanos em pauta
Pantone anuncia cor para 2023
Tendências para 2023
Novidades do front jornalístico
Oportunidades no Dia do Cliente