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O círculo como modelo de sustentabilidade

Blog
Lucas Vieira

A economia circular promove um sistema econômico que visa a minimizar a exploração de recursos naturais enquanto promove redução de custos.

O sistema de produção em que as economias nacional e mundial se guiavam tem entrado em um processo de transição. A chamada economia linear já é considerada inviável devido ao nível de extração e poluição que gera, tendo resquícios da revolução industrial. A base deste método é a extração, produção e descarte de mercadorias, em um sentido contínuo e, por conta disso, linear. Em um mundo em que a sustentabilidade se tornou uma necessidade e não apenas uma preocupação, esse método de produção vem, aos poucos, sendo substituído por um novo modelo: a economia circular.

Conforme a Organização Internacional de Normalização (ISO), que possui um comitê específico para criar uma norma técnica para esse sistema (com previsão de divulgação em 2023), a economia circular é “um sistema econômico que utiliza uma abordagem sistêmica para manter o fluxo circular dos recursos, por meio da adição, retenção e regeneração de seu valor, contribuindo para o desenvolvimento sustentável”. Ao contrário do modelo linear, a principal característica do circular é o incentivo ao reaproveitamento de matérias-primas e mudanças em toda a cadeia de produção.

Em vez da simples coleta de itens para reciclagem, o sistema é planejado em todas as esferas do processo produtivo, incluindo a redução na quantidade de materiais extraídos da natureza, para evitar o esgotamento de recursos e consequências irreversíveis. 
De acordo com um relatório apresentado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), os principais motivos para a transição entre modelos são os limites atuais do modelo linear, a redução de custos e maior geração de valor, as novas fontes para investimentos, maior resiliência e colaboração, geração de emprego e conformidade legal e normativa.

Além dos benefícios ambientais e econômicos que a economia circular suscita, há também o fator ligado à inovação. Por partir do princípio de retrabalho de produtos, o modelo incentiva que sejam pensadas novas formas de se produzir e reaproveitar os mesmos itens, o que permite até mesmo o surgimento de novos negócios focados neste tipo de retrabalho. Em 2019, o Brasil já registrava 76% das empresas com ao menos algum tipo de iniciativa ligada ao sistema.

A Braskem, empresa especializada na produção de biopolímeros, inaugurou recentemente o 1º Centro de Desenvolvimento de Embalagens para Economia Circular do Brasil, chamado de Cazoolo. O espaço busca ser um hub de inovação e, segundo a empresa, “promoverá melhorias em toda a jornada de embalagens, desde a sua concepção até o pós-consumo”. 

Campanhas conscientizadoras como a do projeto Tampinha Legal, promovido pelo Instituto Sustenplást, em Porto Alegre, também são exemplos de atividades que promovem esse futuro sustentável, estimulando a entrega de tampinhas de garrafas pet em pontos de coleta pela cidade. Dessa forma, com atividades de conscientização e iniciativas das entidades públicas e privadas que compõem a sociedade, a busca por sistemas econômicos autossustentáveis pode se tornar uma regra e não uma exceção.

Crédito: ©iStock.com/MicroStockHub

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